sábado, 15 de dezembro de 2007

Governo cambojano tenta salvar golfinhos que vivem no rio Mekong

Depois de, possivelmente, se ter extinto o Golfinho-de-Baiji no Rio Yangtsé, na China, embora exista alguma esperança de que alguns animais tenham milagrosamente sobrevivido, mais uma espécie que pode ser encontrada em alguns rios da Ásia está em risco de desaparecimento.

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Golfinho-de-Irrawaddy (Orcaella brevirostris)
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O golfinho-de-Irrawaddy (Orcaella brevirostris) é uma espécie que corre verdadeiro perigo de extinção por toda a Ásia. Pode ainda ser encontrado em alguns locais do Rio Mekong, mas esta comunidade desaparecerá se nada for feito muito rapidamente, já que o número de indivíduos desceu drasticamente neste local, estimando-se que restem apenas entre 90 e 100 destes animais. O mesmo cenário parece estar a acontecer na última colónia destes animais nas Filipinas, em Malampaya Sound, onde só foram registados 77 golfinhos desta espécie no último censo.

Mesmo em termos globais - considerando já o norte da Austrália, onde também habita - esta espécie corre perigo. Estima-se que no total restem menos de mil destes animais pelo que, para alguns investigadores, o perigo de extinção é iminente.

No caso da comunidade do Rio Mekong, as causas apontadas para este desaparecimento acelerado de animais são a poluição do rio e a pesca com recurso a redes. A pesca no rio afecta os golfinhos de duas maneiras distintas. Uma, directamente, já que muitos têm sido os animais que ficam presos nas redes e acabam por morrer por falta de ar e outros que, conseguindo sobreviver nas redes, acabam por morrer pelos ferimentos causados durante o tempo em que se debateram para se libertarem. Por outro lado, o aumento populacional em redor do rio tem levado a que cada vez mais pessoas se dediquem à pesca e, neste momento, os recursos do rio já se encontram em rotura, o que também provoca a morte a muitos destes golfinhos e a presença de cada vez mais redes.

Assim, o governo cambojano, com apoio da comunidade científica internacional, está a tentar desenvolver um projecto ambicioso, que passa por envolver parte importante da comunidade piscatória, na zona do rio onde se encontram os animais desta espécie, na sua protecção. Da mesma forma como já antes foi conseguido noutros lugares do mundo em relação aos caçadores de baleias, as autoridades locais estão a convidar os pescadores a deixarem de pescar para vender, reduzindo assim a pressão sobre as comunidades piscícolas do rio, dando a quem aceitar mudar de vida verbas para se transformarem em guias turísticos de visitantes que pretendam observar os mamíferos marinhos. Estão também a ser distribuídas verbas importantes a outros pescadores, que pretendam investir em hotéis e restaurantes, uma vez que vai ser fomentado o turismo ambiental para esta zona do rio e vão ser necessários equipamentos para receber os turistas.

Se este projecto resultar, espera-se que nos próximos anos esta comunidade volte a recuperar em termos numéricos, mas será uma espera paciente, já que uma fêmea demora a ficar prenha, tem uma gestação aproximada de 14 meses, e muitas das crias acabam por não sobreviver aos primeiros dias fora da barriga das mães. Mas nem o tempo que vai ser preciso esperar parece esfriar o entusiasmo dos envolvidos no projecto.
Fonte: Bicharada

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